sexta-feira, 29 de julho de 2011

Liminar Favorecendo Crianças Diabéticas


Graças a ONG Pró-Crianças e Jovens Diabéticos ONG JD de Campinas/SP, que contando com o apoio decisivo do Ministério Público Federal conquistou uma Liminar deferida pela juíza federal Leila Paiva Morrison da 10ª Vara Federal Cível de São Paulo, a partir do próximo dia 01/08/2011 (segunda-feira) o Sistema Único de Saúde (SUS) estará obrigado a fornecer o medicamento Insulina Glargina (Lantus), canetas de insulina e agulhas para caneta de insulina nº 5 mm para todas crianças e adolescentes portadores de diabetes do estado de São Paulo.
Na eventualidade de descumprimento da presente decisão a juíza arbitrou, ao Estado, o pagamento de multa diária no valor de R$ 1.000,00 em face de cada recusa no fornecimento de cada medicamento ou insumo.
A ONG Pró-Crianças e Jovens Diabéticos faz um apelo aos pacientes e/ou pais das crianças e adolescentes com diabetes tipo 1 para que se dirijam a partir de 01/08/2011 as Secretarias Estaduais de Saúde de seus respectivos municípios a fim de fiscalizar o cumprimento dessa Decisão judicial, munidos de Certidão de Nascimento ou RG (pacientes), RG e CPF (dos responsáveis legais), comprovante de endereço, Cartão do SUS e Prescrição Médica mencionando os respectivos medicamentos, assim como cópia da Liminar.

No caso do Estado se negar a fornecer a insulina Lantus, a caneta para aplicação de insulina ou agulhas 5mm para caneta de insulina, o paciente deve preferencialmente providenciar um BO - Boletim de Ocorrência contra o Estado e enviar cópia do BO e da Prescrição Médica para o e-mailprodiabeticos@prodiabeticos.org.br, ou ainda comunicar a ONG JD via email informando a data, horário, endereço completo e nome do funcionário que negou a entrega do medicamento.

domingo, 24 de julho de 2011

Cebola Auxilia Controle Metabólico

A casca de cebola está na lista de suporte ao tratamento do Diabetes Mellitus tipo 2.
Cientistas da Universidade de Madrid em associação com a Universidade de UK descobriram que as camadas externas e marrons da casca da cebola contem guande quantidade de fibra e flavonoides, e que o bulbo contem componentes sulfurosos e fructantes. 
O estudo demonstrou que a casca marrom da cebola possui alta concentração de fibra usada podendo ser como alimento funcional e as 2 camadas externas também contem fibras e flavonoides com alta capacidade antioxidante.
Os pesquisadores sugeriram que devêssemos utilizar estes componentes da cebola ao invés de descartarmo-os; afinal já se sabe que a ingesta de alimentos ricos em fibras reduz o risco de doenças cardiovascular, gastro-intestinal , câncer de cólon, obesidade e diabetes mellitus tipo 2 . 
Isso não é novidade, afinal, os alimentos naturais sempre serão a melhor opção para se prevenir e controlar as doenças metabólicas. O que tem de novo é que a ciência está desvendando o porquê estes alimentos são tão eficazes. 

Fonte: http://www.diabetes.co.uk/news/2011/Jul/onion-skins-can-help-reduce-risk-of-diabetes,-says-study-96448475.html
Tradução : Dra Bibiana 

IDF Lança Campanha Solicintado Apoio do Presidente Barack Obama

O IDF ( International Diabetes Federation) lançou uma campanha para chamar a atenção do presidente dos EUA, Barack Obama, sobre doenças crônica não-transmissíveis. Querem que o presidente se comprometa a realizar ações para prevenir e  combater doenças crônica não-transmissíveis. 
Este será o tópico da segunda reunião de cúpula sobre Saúde Global da UN ( United Nations). 
O IDF solicita ao Presidente do EUA que compareça à reunião da UN e represente a IDF. Com seu apoio esperam que outros lideres mundiais também abracem a causa.

Você pode ajudar . 
Basta acessar a pagina do IDF http://www.idf.org/O_is_for_OUTRAGE, escolher um cartão virtual e enviar à sede do IDF. No fim de Agosto todos cartões serão postados para o presidente Obama. Participe deste movimento mundial. O Diabetes tem que ser combatido e controlado! 


terça-feira, 5 de julho de 2011

Manejo da Raiva: 10 maneiras de controlar seu temperamento

Encontrei estas dicas no site da Mayo Clinic. Vejo diariamente meus pacientes com descontrole glicêmico por problemas cotidianos mal resolvidos. Afinal, todos temos stress e frustrações diárias com pequenas coisas que vão se somando até explodirmos. E a glicemia parece uma montanha russa!
São dicas consagradas, mas vale a pena lembrar.
Você já se pegou espumando quando alguém te corta no transito? Sua pressão arterial sobe às alturas quando seu filho se recusa à cooperar? A raiva é um sentimento normal e até mesmo sadio, mas é importante lidar com ele de forma positiva. A raiva desmedida pode prejudicar sua saúde ( e descontrolar seu diabetes ) e seus relacionamentos. 
Vamos dar 10 dicas para controlar sua ira.

N°1: Dê um Tempo - Contar até 10 não é só para crianças. Antes de reagir à uma situação tensa, respire fundo e conte até 10. Acalmar-se ajuda controlar seu temperamento. Se necessário afaste-se da pessoa ou situação até sua frustração diminuir um pouco.
N°2: Assim que se Acalmar, Expresse seu Desapontamento - Quando começar a pensar claramente, expresse sua frustração de forma assertiva, sem confronto direto. Relate suas preocupações e necessidades clara e diretamente, sem ferir o outro ou tentar controlá-los.
N°3: Faça Exercício Atividade física descarrega as emoções, principalmente se você está aponto de explodir. Se sua raiva está aumentando, uma caminhada ou corrida bloqueia este fenômeno. A atividade física estimula várias substâncias químicas que causam felicidade e bem estar, deixando-o mais relaxado do antes da atividade. 
N4°: Pense antes de Falar - No calor do momento você pode falar algo que se arrependerá depois. Dê um tempo para reorganizar seu pensamento antes de se manifestar e permita aos outros envolvidos na situação fazerem o mesmo. 
N°5: Identifique as Soluções Possíveis - Em vez de focar na situação que o deixou bravo, foque em resolver o problema. O quarto bagunçado dos seus filhos te deixa louco? Feche a porta. Seu parceiro(a) atrasa para o jantar toda noite? Marque o jantar para mais tarde ou concorde em comer sozinho algumas noite. Lembre-se que a raiva não resolverá o problema, pode até piorá-lo.
N6: Fale em Primeira Pessoa - Para evitar crítica ou tentar achar o culpado, o quê pode aumentar a tensão, fale em primeira pessoa para descrever o problema. Seja respeitoso e específico. Por exemplo, diga - "Estou triste porque você saiu da mesa sem se oferecer para lavar a louça.", ao invés de -"Você nunca ajuda na casa !"
N7°: Não Guarde Rancor - Perdão é um instrumento poderoso. Se você permitir que a raiva e outros sentimentos negativos ocuparem o lugar de sentimentos positivos, você pode acabar se tornando uma pessoa amarga ou sentir-se um eterno injustiçado. Porém, se você conseguir perdoar alguém que te magoou, ambos podem aprender com a situação. Não devemos esperar que as pessoas ajam conforme esperamos o tempo todo. 
N°8: Use o Humor para Diminuir a Tensão - O humor diminui a tensão. No entanto, não seja sarcástico. Pode piorar a situação e magoar alguém.
N°9: Pratique Relaxamento - Quando a raiva vier, use técnicas de relaxamento. Pratique exercícios de respiração profunda, imagine cenários acolhedores, ou repita frases calmantes como por exemplo - "Acalme-se.". Você pode também ouvir música, escrever algo ou fazer ioga. Tudo que te trouxer sensação de alívio. 
N°10: Descubra Quando necessita Procurar Ajuda - Aprender a controlar a raiva é um desafio para qualquer pessoa. Considere procurar ajuda se perceber se sua raiva está fora do controle,  se faz coisas que depois se arrepende ou magoa pessoas a sua volta. 
Você pode aprender a identificar fatores que desencadeiam sua raiva, reconhecer sinais que você está saindo dos limites e aprender a responder à raiva e frustração de forma sadia e controlada. Explore sentimentos desencadeantes como depressão e tristeza. E seja feliz !

Tradução e comentários: Dra Bibiana Colenci

sábado, 2 de julho de 2011

Hipoglicemia no Diabetes - um assunto delicado


Está bem estabelecido que o bom controle glicêmico faz toda a diferença entre os portadores de Diabetes Mellitus. Tanto a hiperglicemia (taxa elevada de açúcar  no sangue) quanto a hipoglicemia podem levar a complicações graves nestas pessoas. A hiperglicemia provoca  complicações em longo prazo como derrame, infarto, cegueira e insuficiência renal. No entanto, ao intensificar o tratamento do diabetes, corre-se o risco de desenvolver a hipoglicemia, potencialmente fatal.
Hipoglicemia é definida como uma queda importante da taxa de açúcar do sangue. Outra definição de hipoglicemia é todo episódio envolvendo baixos níveis de açúcar que expõe o indivíduo a um potencial risco de vida. Assim, além do nível de açúcar baixo, a velocidade de queda do açúcar e a duração desta hipoglicemia podem ser perigosas. A hipoglicemia é considerada severa quando vem acompanhada de desmaio, convulsão e coma.
Os riscos referentes à hipoglicemia são maiores nos extremos de idade: crianças pequenas e idosos. Nas crianças pequenas, pois necessitarão de auxílio de um adulto para reverter o quadro. Em idosos, o risco de infarto é maior naqueles que apresentam hipoglicemia frequentes.
Muitas pessoas têm medo de apresentar hipoglicemia, seja pelo desconforto que ela traz, seja por medo de perder o controle. Por isso discutiremos o quê fazer durante estes episódios  e como preveni-los. De qualquer modo, para se evitar a hipoglicemia devemos realizar a automonitorização glicêmica sistematicamente, e manter estreito contato com seu endocrinologista.
Algumas pessoas tem a sensação de hipoglicemia mesmo com valores normais de glicose. Isso ocorre quando estão mal controladas há muito tempo. Quando começam a corrigir a glicemia e os valores caem para valores normais, a sensação é de hipoglicemia. Neste caso o melhor a fazer é conversar com seu endocrinologista para controlar o diabetes de forma mais lenta e progressiva.  Os idosos que apresentam hipoglicemia têm risco maior de infarto, derrame e morte súbita. Por este motivo, os valores de glicemia em idosos são um pouco mais elevados do que em jovens.
O que pode causar hipoglicemia?
A hipoglicemia ocorre devido um desbalanço entre o açúcar do sangue e a insulina. Portanto, podemos apresentar hipoglicemia quando:
1. Utilizamos insulina (ou comprimidos) na dose acima da recomendada pelo endocrinologista,
2. Comemos menos que necessitamos para a quantidade insulina ou comprimidos utilizados (por exemplo, a criança não come o lanche, ou fica muito tempo sem se alimentar),
3. Fazemos atividade física exagerada sem nos alimentarmos para repor a glicose queimada durante este exercício,
4. Outros fatores como: vômitos, diarreias, má-absorção alimentar, alteração da dose de insulina, uso de bebida alcoólica não acompanhada de alimentos.
O que sinto se tiver hipoglicemia?
 Quando ocorre a hipoglicemia, nosso corpo não tem energia suficiente para funcionar de maneira adequada. Quando uma pessoa tem hipoglicemia ela pode se sentir mal, com sensação de tremor, suor frio e muita fome. Nas crianças os sintomas são diferentes, mesmo porque muitas não sabem verbalizar o que sentem. Por isso quando acompanhamos uma criança com DM1 é importante observar se ela desenvolve pesadelos, terror noturno, alucinações visuais, sonambulismo (todos em caso de hipoglicemia noturna). Às vezes a criança pode apresentar alteração de comportamento, agressividade, fala confusa, choro ou riso fácil. Em crianças que já têm idade suficiente para entender o que é o diabetes e conseguem verbalizar seus sintomas, é importante orientar sobre os sintomas de hipoglicemia e pedir para elas avisarem um adulto que estiver próximo imediatamente.
Habitue-se sempre carregar o aparelho de hemoglicoteste para avaliar o nível de glicose. Às vezes os sintomas de hipoglicemia podem se confundir com hiperglicemia.
Os sintomas de hipoglicemia podem se modificar ao longo dos anos de diabetes até deixarem de ser percebidos. Hipoglicemia recorrente é o principal motivo para parecer a hipoglicemia assintomática. Esta é uma situação grave, pois a pessoa pode simplesmente desmaiar, ter convulsões ou vir a falecer, sem oportunidade de ser socorrida. Por isso é importantíssimo a automonitorização do açúcar, já comentado no último artigo (revista Botucatu Especial n 27). Caso apresente episódios muito frequentes de hipoglicemia (2 a 3 episódios por semana) contate seu endocrinologista para que possa reavaliar a dosagem de sua medicação.
 O que devo fazer em caso de hipoglicemia?
Se apresentar sinais e sintomas de hipoglicemia, verifique imediatamente a glicose no aparelho. Caso não tenha o dispositivo por perto, é melhor tratar como se fosse hipoglicemia.
A ingesta de algum alimento rico em carboidrato (açúcar) de absorção rápida pode reverter o processo. Como exemplo:
2 colher de sopa de açúcar diluída em agua (bochechar antes de engolir) ou
1 colher de sopa de mel (bochechar antes de engolir) ou
1 copo de suco de laranja de caixa ou
2 a 3 tabletes de glicose
Realizar o hemoglicoteste (“ponta-de-dedo”) após 15 minutos e repetir a ingesta caso glicemia permaneça baixa ou mantenha os sintomas. Geralmente a resposta glicêmica com os alimentos dura menos de 2 horas. Portanto, é aconselhável ingerir um lanche imediatamente após a glicemia chegar aos valores normais.
Mas atenção: chocolates e doces a base de chocolates não devem ser utilizados para correção da hipoglicemia. Eles contêm alta taxa de gordura o quê torna a absorção de açúcar muito lenta. Assim não temos a agilidade necessária para corrigir imediatamente a hipoglicemia.
E se a minha glicemia não normalizar?
Caso você tenha repetido o procedimento acima e após outros 15 minutos sua glicemia ainda não esteja subindo, dirija-se a um pronto socorro para receber glicose endovenosa. Lembre-se que esta é uma emergência e deve ser tratada como tal.
 Não tente ficar corrigindo sozinho em casa. Avise algum parente ou amigo do quê esta se passando para que ele possa te auxiliar. Pelo mesmo motivo é importante que as pessoas que convivem com você saibam que você é diabético. Muitos diabéticos tentam esconder o fato, por vergonha ou medo de preconceito. Porém, fazendo isso, aumenta  o risco de não conseguir reverter o quadro de hipoglicemia. Nessas horas, sem alguém para te socorrer, pode ser fatal.
Quando a hipoglicemia é severa, com rebaixamento do nível de consciência ou quando desmaiamos ou temos convulsões, é necessário aplicar glucagon. O glucagon é um hormônio contrarregulador da insulina: ele eleva a taxa de açúcar e bloqueia a insulina. Ele reverte imediatamente a hipoglicemia, sessando a convulsão ou desmaio. Habitualmente quem aplica a ampola é um parente, e deve levar o indivíduo ao pronto socorro logo após ele recuperar a consciência. É importante ter uma ampola de glucagon em casa para emergências. Deve ser usado quando a glicose: estiver baixa e a pessoa não conseguir comer ou beber ou estiver vomitando; hipoglicemia com desmaio ou convulsão; a glicemia continua caindo apesar das medidas de reposição de carboidratos. Procure seu endocrinologista obter orientação quanto a aplicação do glucagon.
Atenção: nunca coloque comida ou bebida na boca de uma pessoa desmaiada ou com convulsão. Ela pode aspirar o alimento e ir para o pulmão, ou pode engasgar e piora o quadro de emergência.
Como evitar a hipoglicemia?
1. Não ficar longos períodos sem comer,
2. Alimentar-se quando for fazer atividade física,
3. Fazer automonitorização frequente para poder tomar as medicadas necessárias em caso de hipo ou hiperglicemia,
4. Não mexer na dose de seu medicamento/insulina sem falar com seu endocrinologista,
5. Para crianças e adolescente com diabetes: é recomendável que parentes, amigos e professores saibam sobre o diabetes e o que fazer em caso de hipoglicemia,
6. A Sociedade Brasileira de Diabetes recomenda o uso de braceletes ou outros tipos de identificadores comprovando  que a criança é diabética .
Portanto, quando falamos em controle de diabetes, a palavra chave é ESTABILIDADE: tente manter sua taxa de açúcar sanguíneo estável, sem grandes oscilações entre altos e baixos. Faça a automonitorização. Conheça como o diabetes atua em você, pois tudo o que você faz (atividade física, dieta, stress, emoção), pode afetar o nível glicêmico. Desta forma prevenimos as complicações crônicas e agudas do Diabetes, e principalmente o incômodo da hipoglicemia.

Dra Bibiana Prada de Camargo Colenci
CRM93178
Endocrinologia e Diabetes
Mestre em Endocrinologia e Metabologia